sábado, abril 11

Árvores


 “Nada é eterno. As folhas caem, os frutos ficam podres e, em torno de seus enormes e desgastados troncos antigos, eu vejo as lembranças desta interminável solidão. Solidão esta que as tornam quase inexistentes... Secas de qualquer sentimento. É deprimente. Falta de pensamento, por assim dizer. Falta de sentir onde estão, de saberem qual o motivo de estarem ali, parada contra o tempo que não podem distinguir.

Outras folhas renascerão no lugar, provavelmente. E as antigas ocupantes não estão ligando para isso. Por aquele mesmo motivo, falta de pensamento. Não somos eternos. Nunca seremos. Nossa alma, talvez. Mas assim como ela, tudo ao nosso redor que não podemos tocar ou enxergar consiste em um grande mistério. Um segredo daqueles que você tem vontade de contar para alguém, mas tem receio de que esteja contando uma mentira, e acabar sofrendo com as consequências depois. Não podemos afirmar nada. Somos meros fios no tecido da vida. Simplesmente nascemos, vivemos e morremos. E, quem sabe, renascemos. Esse é o ciclo. Tem de ser assim.”

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