segunda-feira, agosto 26

Meu anjo,

                       

"As lágrimas nunca caem para sempre, como também a chuva não eternamente. Nossa vida é uma enorme colcha de retalhos, uns feitos na carne (navalha afiada), outros na alma (punhal certeiro) e outros só superficialmente.
  Mas cada um deles numa intensidade dolosa. Tanto as dores como a alegria precisam agir dentro de nós, para nós mostrar que estamos vivos e por mais que isso pareça nunca ter fim, um dia terá. Somos, vivemos apressados... E queremos a todo custo mandar a dor embora, sem nos dar conta que essa dor é que nos mostra que ainda estamos vivos... E precisamos sentir isso.
  Lembre-se, meu anjo, dias cinzas tem a cor que desejamos." 

Meia noite.




  Meia noite. Nenhum som na rua. A lua perdeu a sua memória?
  Ela está rindo sozinha na luz das lâmpadas. As folhas secas se recolhem aos meus pés e o vento começa a se afligir. E, andando pela rua, eu encontro a lembrança, totalmente sozinha a luz da lua. Sorrio dos dias passados que me fez lembrar. A vida era tão bonita... E então eu me lembro do tempo que eu conheci o que era felicidade. E assim deixei a lembrança viver novamente.
  Luz do dia, eu devo esperar pelo nascer do sol. Eu devo pensar em uma nova vida. E eu não devo ceder quando o amanhecer vier. Essa noite será mais uma lembrança, e um novo dia começará.

  As lâmpadas da rua morreram, outra noite se acabou, outro dia está nascendo. Toque-me. É tão fácil de me abandonar. Sozinha como uma lembrança... E nos meus dias no sol, se você me tocar, entenderás o que é felicidade.

domingo, agosto 25

Romeu

"Esqueci minha boca no teu corpo
Pensei que isso te fari meu
Usei de artifícios, gastei meus truques
Depois, quem escapou fui eu

Não pense que eu não desejei
Não diga que eu não quis
É só que eu me assustei
Ao me ver tão feliz

Colei os meus olhos no teu mundo
Guardei cada passo teu
Mas eu, Julieta, presa nesse pacto
Você, o meu Romeu
Entenda esse lado bom
Nem tudo é aflição
Ficamos com o sonho
Ao invés da punição"

Agridoce - Romeu